Uma das maiores surpresas da E3 foi, sem sombra de dúvidas, o anúncio de Tom Clancy's Splinter Cell Blacklist.O game não só traz aos consoles a popular saga de Sam Fisher, mas
também faz isso de maneira incrível, seja em termos de mecânicas
possíveis quanto visualmente falando. Tanto que, na recente demonstração
de jogabilidade divulgada pela Ubisoft na última semana, são os gráficos que chamam a nossa atenção.
Mas será que você foi capaz de perceber tudo?
Preciosismo visual
Esse cuidado é percebido logo de início, quando o personagem sai de uma
tenda e encontra uma base militar no meio de uma zona montanhosa.
Nesses primeiros segundos de jogo já é possível ter uma ideia do que a
desenvolvedora francesa preparou para os fãs, criando uma ambientação
realmente cheia de detalhes, incluindo em elementos de fora da cena. É o
caso da profundidade do cenário, que traz uma construção geográfica
consideravelmente complexa.
Os efeitos de iluminação também chamam a atenção, principalmente quando
a câmera encara uma fonte de luz — o sol, no caso — e temos uma
resposta imediata para isso. A utilização das sombras também está muito
bem feita e responde com perfeição ao movimento do personagem. E levando
em conta que se trata de um game conhecido pelas características
stealth, essa característica pode ser muito útil.
E por falar em furtividade, não podemos deixar de citar os icônicos
óculos do protagonista. Em Blacklist, ele será tão utilizado quanto
nunca, principalmente se você adotar o estilo apresentado no trailer, ou
seja, o “modo fantasma”. Como pode ser visto, ele traz uma forma
diferenciada de ver o mundo — muito semelhante com o Detective Mode da
série Batman — que permite a localização de inimigos mesmo através de
paredes e outros obstáculos. Ainda que não mude nada graficamente, o
efeito aplicado funciona, principalmente para criar a sensação de
distância e profundidade necessária para elaborar estretégias.
Outro ponto que chama a atenção neste novo Splinter Cell é a semelhança que a jogabilidade traz com a série Assassin’s Creed.
Contudo, isso não está presente apenas no fato de que Sam Fisher se
pendura em prédios como um descendente de Altaïr, mas na própria forma
com que a Ubisoft trabalhou com os cenários.
Tanto na série dos assassinos quanto em Blacklist, podemos perceber que
o estúdio se preocupou em dar vida a um ambiente extremamente realista,
repleto de detalhes que normalmente ficam de fora dos jogos. Enquanto
as pequenas varandas dos prédios aparecem por conta de sua nova
utilidade, a inserção de outros detalhes — como a própria parte
geográfica da região ou a forma com que essas casas são construídas —
vem apenas para enriquecer a ambientação.
Ainda com problemas
Isso não quer dizer, porém, que Tom Clancy’s Splinter Cell: Blacklist
está isento de seus problemas. Ok, sabemos que o vídeo de demonstração
divulgado pela Ubisoft ainda está em seu estágio inicial de
desenvolvimento — o chamado Pré-Alfa —, mas não podemos deixar de notar
que, por mais que o estúdio queira deixar tudo muito bem detalhado,
ainda restam algumas arestas a serem aparadas.
Prova disso é que, em diversos pontos do cenário, ainda há muita coisa
chapada. Na imagem acima, por exemplo, isso fica bem claro, já que as
texturas da árvore e do latão não convencem em momento algum. É quase
como se os elementos de ferrugem e relevo fossem pintados sobre uma
superfície lisa.
Ainda nessa cena, temos o erro sendo novamente repetido no pequeno
muro. Enquanto a parte superior consegue criar a sensação de que as
pedras estão ali, o bloco à frente de Fisher não mantém o mesmo
desempenho. Por mais que as rochas estejam desenhadas, elas não passam
de uma ilustração que simula a tridimensionalidade. Isso se repete em
vários outros pontos da demonstração.
Outro erro que aparece na demonstração está na cena em que o herói
tenta entrar em uma tenda. Ao passar pela cortina, sua cabeça
simplesmente atravessa o pano, como se ele não existisse. Isso é
rapidamente corrigido em seguida, mas deixa claro que, ainda assim,
Blacklist sofre com alguns problemas de clipping — o que pode
ser terrível em um jogo de stealth em que boa parte do tempo é preciso
estar encostado em alguma parede ou outro tipo de superfície.
O que esperar?
Ainda é muito cedo para falar qualquer coisa definitiva sobre Tom
Clancy’s Splinter Cell: Blacklist. Mesmo com alguns defeitos gráficos
menores, é preciso lembrar que falta um bom tempo para seu lançamento, o
que dá à Ubisoft tempo de sobra para consertar essas falhas.
Além disso, levando em consideração que os acertos permanecerão no
game, só nos resta esperar por algo realmente grandioso e que vai
empolgar os fãs da saga de muitas formas, seja com armas ou com os
olhos.
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